E agora a mulher voltou ao estado desperta.
Liberou a energia do ventre e também o grito da alma que clamava por ser ouvido e respeitado. Suas vontades e medos vieram a tona e ela os enfrentou e defendeu-os um à um.
Hoje basta ela olhar para o lado que encontra uma irmã de ventre. Ela vê nessa irmã toda a ancestralidade e a honra do feminino.
Hoje basta ela fechar os olhos, que os mais profundos encantos, à levam para lugares remotos. Lugares de amor e de cura. Lugares onde a sua alma permanece dançante e alegre.
Hoje ela é a própria Luz que o mundo um dia fez de tudo para apagar.
Hoje ela renasceu!!
Mas, depois de tanto descobrir sobre si mesma, ela volta o olhar para o seu mundo externo, e não encontra mais um parceiro que pareça lhe caber. Lhe comportar. Se ela estava em um relacionamento, ele agora lhe parece vazio. Se ela estava sozinha, agora criou-se muros intransponíveis de distância entre ela e um ser que ela possa se relacionar.
Mulher sagrada e desperta, se tudo que até hoje você curou em ti foi com o amor, olha com esse mesmo amor para o mundo masculino. Homens que não sangram, se não pelo ferimento ou dor. Homens que não aprenderam a chorar e se assustam sempre que a tristeza vem até o seu coração. Nem sabem como pedir, nasceram sendo doutrinados a impor. Homens fortes, porém frágeis.
Coloque amor nesse olhar para o Masculino…
Homens que também foram instigados à disputas desnecessárias. Veja o estrago que essa prática trouxe para nossa vida, mesmo estando envolvidas pela energia da sabedoria e da proteção. Homens eram caçadores na prática. Viraram predadores dos próprios sentimentos para sobreviver.
Coloque amor nesse olhar para o Masculino, Mulher… só mais um pouco desse amor.
Abaixe as defesas. Saiba que você está segura agora. Sinta a insegurança que pulsa nele nos dias de hoje… a mesma que pulsou em você quando sentiu a necessidade de buscar a tua cura. Compreender não é ser submissa. Amar não é ser submissa… é o máximo de coragem que uma pessoa pode alcançar. Respeitar os limites e necessidades não é ser submissa.
Se existe uma carga enorme sobre nossos ombros agora, foi imposta por toda uma cultura doente. Todos nós adoecemos. Nossos homens também adoeceram com a gente.
Coloque uma dose generosa de amor e olha novamente esse Masculino…
Não esqueça que essa força também habita em você. Só amando e respeitando ela, você poderá ser plena como tanto anseia.
A mulher selvagem exige respeito, liberdade e muito amor. Como podemos esperar que o universo nos entregue algo que não praticamos no nosso conviver dessas duas energias tão sagradas?
Se nos fortalecemos, não foi para uma guerra. Foi para a plena cura.
Se nos curamos, não foi para separar os que ainda não alcançaram, foi para desfrutar da plenitude do ser.
Se queremos a plenitude, depois de tanto lutar, tanto chorar, tanto clamar à Deusa pelos nossos instintos e poderes sagrados que nos foram escondidos e tratados como impuros, depois de tanto se extasiar com o poder da conexão… Não podemos, agora, negar à nós mesmas essa plenitude, nos apartando da energia masculina, pelos mesmos motivos e forças que nos privaram do nosso sagrado: o ego.
Marcinha Zhafa Terra